25 de abr. de 2007

O macaco tornou o macaco obsoleto.


De macaco em macaco, em galho em galho, atrás sabe-se lá do quê, o “homem”1 foi evoluindo na base do “cada macaco no seu galho”. Certa vez, um macaco mais malandro, que de tanto apanhar2 descobriu que jogar pedra no macaco conservador era uma forma de vencer tais punhos cerrados da sociedade (e do macaco que o batia). A pedra quebrou o galho dele3 e tornou o punho obsoleto. Mas sabe como é malandro, não sabendo administrar sua descoberta usou-a forçadamente, gerando um caos no planeta dos macacos. Todo macaco minguado se achou no direito de meter pedra na cabeça de neguinho.

Os macacos velhos4, eleitos diretamente, se reuniram e pensaram, pensaram e – voilà – criaram a lança. Trazendo ordem e tornando a pedra obsoleta. Não demorou muito, mas uns macacos mais antenados, de olhos puxados, descobriram que uma lança de metal seria mais forte. Deu-se a desgraça. Os macacos inventaram a lâmina de metal, conseqüentemente a espada, e teve macaco-ninja5 matando à rodo, melhor, à espadada. Com a lança obsoleta, os macacos velhos tiveram que queimar a pestana. Em apenas três dias uma invenção ultimate, a pólvora. A espada ficou obsoleta naquele instante.

A ordem imaginada deu lugar ao verdadeiro caos6, bomba e tiro em tudo que é macaco. Macaco morto de tapa nem existe mais, só o morto à chumbo mesmo. Um verdadeiro inferno, o império do medo. Macaco vivo só macaco que não sai do seu galho. Nesse meio tempo, uns macacos mais vanguardistas7 inventam a bomba atômica. Com medo de morrer de bala perdida8, lançaram a bomba atômica no meio da macacada. Pronto, a bomba atômica tornou o macaco obsoleto.


1. E a mulher também.
2. Redundância.
3. Não literalmente, até porque malandro não tem galho.
4. Aqueles que não botam a mão em cumbuca.
5. Tem tartaruga também, eu sei.
6. Nessa época surgem os hippies.
7. Essa palavra não é, necessariamente, um elogio.
8. Qualquer semelhança com a cidade maravilhosa não é coincidência.




4 comentários:

Mythus disse...

"Eu já disse a você que malandro demais vira bicho."
(Bezerra da Silva)

Muito bom! B^D

Anônimo disse...

Malandro é malandro, mané é mané e otário é o macaco que pensa que gente é, aff!
Diretamente da Cidade Maravilhosa onde o céu tá azul, o mar verdinho, a macacada dormindo e a vida contente, deixo muitos beijossssssssss

Lorena Travassos disse...

:P
seu ácido!

Rilma Medeiros disse...

Se o macaco, antes da bomba atômica tivesse contruído um edifício, com certeza teria pulado de lá e tornado de outra forma, o macaco obsoleto...hehehehehe. Resumo da macacada: ele teria arrumado alguma forma de se autodestruir, disso não tenho dúvida!
Adorei o texto, senti o sabor ácido e crítico daqui, estes são os melhores. =)
Beijão.